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segunda-feira, 29 de julho de 2024

Digimon Adventure - Capítulo 1.5: Onde Nós Estamos?



Era o oceano. Taichi espiou pelas lentes circulares de seu mini-telescópio enquanto olhava para o horizonte onde o azul-marinho do mar e o azul índigo do céu se misturavam. A sensação das ondas se erguendo procucava uma sensação de calor como uma piscina aquecida, e o ar cheirava salgado. Taichi pôs seu telescópio não no bolso do calção como sempre, mas na cueca. Seu calção, a camiseta azul e as meias estavam secando em cima de uma rocha junto às camisetas verdes, laranja e branca dos outros meninos.
E então o estômago de Taichi começou a roncar.
– Ei, Jou - ele perguntou. – Você não está com fome?
– Não posso – Jou disse franzindo as sobrancelhas. – Você já comeu a sua cota da tarde. Espere até eu distribuir de novo à noite.
Mas não era só Taichi que estava com fome. Sentindo seu próprio estômago vazio se contorcendo, Yamato murmurou. – Quando vai escurecer afinal? –e encarou Jou como se fosse culpa dele.
Não era realmente culpa dele: o fluxo de tempo ali parecia correr mais devagar. A posição do sol e as sombras que ele fazia não pareciam ter se movido.
– Me pergunto que horas são agora – Koushiro disse desamparado. Ele tinha tentado usar seu celular e o computador para investigar, mas nenhum deles funcionou. E ele achava que ainda tinha muita carga na bateria.
– Ela mencinou que eram... 35 da manhã, né? – Taichi disse com um sorriso irônico. Ele se lembrou de repente no minuto que eles chegaram à praia, quando tentaram usar as cabines telefônicas ali para ligar para casa. A pessoa do outro lado da linha indicava as horas como se fosse uma piada incrível. Pena que ele não tinha achado graça alguma.

– "Digimons". Eu me lembro de ter ouvido essa palavra antes – Taichi revelou a Koushiro enquanto deslizava a camiseta agora seca pela cabeça. Ela estava enrugada e cheirava bastante a sal.
– De onde?
– Eu esqueci, era algo que me chamou a atenção por um instante, como se eu passasse por alguém. Alguém disse isso.
Taichi se esquecia das coisas com frequência, mas ele lembrava que foi Hikari quem disse isso. Ele tinha certeza absoluta de que enquanto eles estavam assistindo ao plantão do jornal sobre o clima anormal, Hikari tinha dito Digimon. Ele só não queria revelar isso ainda.
– Deixa eu te contar a minha hiótese pessoal – Koushiro disse, de costas para os outros enquanto ele modestamente vistia sua camiseta seca. – Acho que esse lugar pode ser algum tipo de parque temático que está sendo desenvolvido em segredo absoluto.
– Entendi – Taichi disse.
– O conceito é de que nós, crianças, aproveitemos uma aventura com esses seres Digimons que vivem nessa ilha.
Taichi confundo a palavra conceito com concentimento , e fez uma cara estranha por um instante, mas ele decidiu não interromper.
– Talvez você tenha ouvido a palavra Digimon porque alguma informação sobre eles tenha vazado de algum lugar... a Internet, por exemplo.
– Isso faz sentido – Taichi pensou que isso era bastante lógico.
– Esse lugar provavelmente está localizado próximo de Okinawa. Digo, olhe o clima e o mar azul – Koushiro disse, gesticulando para os arredores. – Isso, ou nós estamos na Ilha Hachijo.
– Não importa qual dos dois – Taichi deu de ombros. – Ambos ainda querem dizer que estamos muito longe do acampamento.
– Sim.
– Me pergunto como nós acabamos chegando aqui.
– A única explicação a que consigo chegar é que nós fomos abduzidos.
– Abduzidos?
– Significa que nós fomos sequestrados.
– Espera... – Taichi disse com ênfase. Ele sempre via informes na televisão sobre sequestros com um ar distante, como seu pai era apenas um assalariado normal com uma renda modesta. Ele nunca achou que ele se tornaria parte de um.
– Eu disse que foi um sequestro, mas ou os nossos pais ou o pessoal do acampamento deve ter aprovado isso. Senão, isso é altamente hediondo.
– Hediondo...? – Taichi não deixava de adimirar secretamente a extensão do vocabulário de Koushiro.
Era a primeira vez na vida que o próprio Taichi tinha ouvido a palavra "hediondo".
Taichi se acalmou e pensou. Se o que Koushiro disse fosse verdade, então não doeria aproveitar essa aventura ao máximo. Era verdade que enquanto deles foram atacados pelo monstro besouro-pinça ele quase morreu de medo, mas pensar nisso agora fazia seu coração acelerar de excitação. Se há mais emoções lá fora que são tão eletrizantes como essa, eu estou dentro.

A noite ainda não tinha chegado.
As crianças se revezaram criando um coro interminável de "Estou com fome" e "Podemos comer agora?" ao que Jou respondia firmimente "Não" toda vez. Mas mesmo Jou sentia intensamente as dores da fome em seu próprio estômago.
As rações de emergência que Jou estavam guardando eram o suficiente para três dias. O grupo de Jou tinha seis pessoas, então 6 pessoas x 3 dias x 3 refeições daria 54 refeições. Eles também adicionaram os lanches que estavam na mochila de Takeru e dividiram para sete pessoas (os Digimons disseram que não precisavam da comida, o que foi uma grande ajuda). De acordo com os cálculos, tudo junto seria o bastante para quatro dias.
Mesmo assim, não era garantido que eles seriam capazes de voltar para casa dentro desses dias ou de sequer voltar, então Jou estava determinado a fazer a comida durar tanto quanto possível.
– Eu não vou entregá-las. – Como líder, Jou aceitou que ele devia agir de forma severa e até mesmo insuportável às vezes, pelo bem de todos.
Sora calmamente foi até Jou naquela hora. – Ei, Jou.
Nesse ponto, os nervos de Jou tinham começado a suspeitar de que todo mundo estava planejando roubar as rações dele, então as palavras casuais e desintencionadas de Soras o fizeram sentir como se ele estivesse pisndo nas bordas boca aberta de de uma dioneia papa-moscas. Naturalmente, ele estalou com ela: O que é?
– Sobre nosso suprimento de comida... você poderia pelo menos dar alguma coisa pro irmão do Yamato? O resto de nós vai ficar bem.
– Huh?
Jou olhou em volta procurando o menino de rosto inocente que estava perto de Yamato o tempo todo.
à sombra de uma cerejeira florida cheia de botões desabrochando (O que uma cerejeira estaca fazendo ali, desabrochando e criscendo no meio do verão?), Takeru estava deitando a cabeça contra o tronco, parecendo um pouco doente. Sentada perto dele estava não seu irmão mais velho, Yamato, mas Mimi, que odiava ficar queiamda de sol e foi lá se refrescar. É claro, seus parceiro evoluídos estavam com eles. Todo mundo parecia preocupado com Takeru: Yamato estava abanando ele com uma longa prancha de madeira que ele deve ter pego na praia.
Jou pensou sobre isso. Ele, também, se sentia mal pelo garoto mais novo... mas seria o fim de sua liderança se ele voltasse atrás no que já tinha decidido. Dê a eles uma abertura e eles logo irão passar por cima dele. Ele só não podia deixar isso acontecer. Jou estava muito consciente de sua natureza frequentemente indecisa.
– Não – Jou disse com um breve giro de cabeça.
– Sora suspirou. ELa achou em talvez pedir a ele para ao menos devolver os lanches Takeru, mas ao invés disso ela apenas se calou, fechando aboca com força, e andou silenciosamente para trás, onde todo mundo estava debaixo das cerejeiras.
Quando eles ouviram o que tinha o que aconteceu entre ela e Jou, Yamato e os outros encararam  friamente na direção de Jou. O que era aquilo, uma ditadura?
Desconfrtável com os olhares acusatórios deles, Jou puxou a bolsa de rações de emergência para perto dele e foi para a costa, na área onde as garotas secaram as roupas.

Na costa, o Digimon parceiro de Jou, que tinha mudado ambos nome e aparência (agora ele se chamava Gomamon e parecia uma filhote de foca de verdade), estava pulando alegremente na água, respingando água em todo mundo.
– Ei, junte-se a mim, Jou!
Mas Jou não queria responder ao convite de Gomamon. Ele se sentou em cima de uma rocha, mantendo seus pensamentos melancólicos para si.
Se ele soubesse que as coisas acabariam assim, ele nunca teria ido acampar. Ele deveria ter feito o que seu pai lhe disse para fazer e feito o cursinho de verão para seus exames do ensino médio. Ele teria preferido isso de qualque rmaneira.
Quanto mais ele remoía sobre isso, mais amargura ele sentia em relação ao sol brilhante com seu formato irregular, em relação ao limpo céu azul, ao oceano respingando animado, o cheiro de ar salgado, em relação a Gomamon, Sora, Takeru e às rações de emergência...
Se levantando abruptamente, ele arrancou a braçadeira e a rasgou em pedaços frustrado. Era um ato tão pequeno, mas o fez se sentir um pouco melhor.
Então, em uma parte mais escura da costa próxima, um buraco do tamanho de um jardim em miniatura se abriu na areia, jorrando um jato de água violento.
– O que... O que é isso?

– Gyaaaaaah!
Jou veio correndo tão rápido quando podia em direção ao grupo debaixo das cerejeira, um olhar bastante agitado em suas feições pálidas. Os outros simplesmente o encararam.
– Qual o problema? – Mimi perguntou preocupada, puxando os cordões de seu chapéu de caubói.
– Quem sabe – Sora disse friamente, se lembrando da atitude de Jou mais cedo.
Mas então, todos eles viram o enorme monstro rosa avançando de boca aberta atrás de Jou, os tentáculos em sua cabeça se contorcendo como uma anêmona do mar errática enquanto arrastava a concha espiral que ele carregava nas costas. Qualquer sentimento ruim que eles tivessem com Jou sumiu imediatamente.
– Jou –Yamato gritou enquanto corria para ajudar o garoto mais velho.
– Enquanto isso, Sora chamou seu parceiro de time: – Taichi! Taichi!
Mimi só podia ficar parada ali tremendo, ambas as mão cobrindo a boca.
Enquanto eles esperavam Taichi, os Digimons atacaram
– Peixes Marchantes!
– Fogo Pequeno!
– Hera Venenosa!
– Bolha de Ar!
– Furacão Espiral!
Os Digimons começaram a atacar resolutamente, tentando parar os movimentos do caranguejo-eremita gigante quando Taichi e Koushiro chegaram.
– O que está havendo? – Taichi gritou.
– É Shellmon! – Tentomon respondeu, avançando para se juntar à batalha. Agumon fez o mesmo.
– Chama Neném!
– Mini Trovão!
Mas mesmo com todos os sete atacando, não foi muito efetivo contra o tamanho colossal de Shellmon.
– Shuuuuuuuuu! – Com um rugido - um com estranho, quase fricativo - Shellmon lançou uma forte rajada de água salgada de sua boca. A força da água não era de se ignorar.
Agumon e os outros foram varridados apra longe pela forte pressão hidráulica.
– Agumon – Antes de sequer se dar conta, Taichi tinha corriso em auxílio a Agumon.
– Koushiro gritou: – Taichi, não! – Mas sua voz não cheogu aos ouvidos dele.
– Shuuuuuuuuu! – Sentando em cima dos Digimons caídos, Shellmon continuou persistentemente a jorrar água ao redor. As cabines telefônicas na praia que foram pegas em seu ataque arrebatador caíram uma a uma e foram destruídas.
– Agumooon!
Vendo Tacihi correr sem sequer ver o perigo, Yamato gritou: – Seu idiota! – e correu atrás dele.
Só então, de propósito ou por mero capricho, Shellmon rolou até a areia da praia, lançando grão de areia no ar.
– Uwah! – Yamato gritou de surpresa e parou e correr. A tempestade de areia repentina lhe cegou a visão. E tnão...
– Waaaaaaah! – Eles ouviram o grito de Taichi. A areia assentou revelando-o capturado na mão horrível e reluzente de Shellmon.
– Taichi!
– Tacihi!
Uma a uma, as crianças gritaram o nome de Tacihi!
– Tacihi! – Agumon também gritou de debaixo do estômago de Shellmon. Mas não importava quão duro ele tentasse se libertar, ele não conseguia sair dali.
– U-Urrgh!
Shellmon trouxe a mão que segurava Tacihi até sua cabeça. Seus estranhos tentáculos amarelos se contorciam debaixo dos pés de Taichi. Tem uma boca dentro desses tantáculos que vai sugar todos os meus fluidos e me digerir? Taichi tensou suando frio.
– Taichi! Tacihi! – Agumon continuou a gritar enquanto se debatia. Lágrimas de frustração jorravam de sua cara. Eu tenho que proteger o Taichi, mas eu não posso! Se o Tacihi desejasse, ele ao menos ele desejasse que eu ficasse mais forte...!
Vários dos tentáculos alcançaram e se enrolaram até tocar os joelhos de Tacihi.
Taichi tinha perdido toda a esperança.
– Eu... vou morrer? – ele sussurrou para si mesmo. Seus instintos se recusaram veementemente a aceitar isso.
– Não... Eu não quero morrer... Me ajude, Agumon!!!
O dispositivo azul de Taichi imediatamente brilhou. Seu medidor subiu até ultrapassaram o ponto crítico. Subindo a um nível tão alto que não podia ser fisicamente visto no Digimundo, ele se tornou uma luz deslumbrante quando chegou ao ápice, explodindo no que à primeira vista parecia uma massa desordenada e masiva de informação. Seu fluxo de informação estava numa escala que poderia rivalizar com a galáxia, e pedaços dela que reagiram à luz foram selecionados.
[[ G R E Y M O N ]]
Cada um dos pequenos fragmentos de informação brilhavam enquanto eles se reuniam e fluíam em direção a um ponto específico. A sequência oscilante de luz se tornou uma espiral, que chovia invisivelmente sobre os dados que equipariam Agumon. A informação descrevendo sua forma foi reescrita numa piscar de olhos, e até exigia uma massa maior até que, com uma explosão de luz que parecia chamas, ele se transformou.
– Agumon digivolve para Greymon!
Ele passou por outra evolução. Da última vez, ele tinha digivolvido para salvar seus amigos Digimons do perigo, mas agora era unicamente para proteger as vidas das crianças.
O Greymon que apareceu junto da luz azul tinha um corpo gigante que não seria superado por Shellmon. Ele parecia um verdadeiro dinossauro feroz: Um grande dinossauro de pele laranja.
Greymon usou suas garras de três dedos para agarrar o pulso de Shellmon, a mão que mantinha Taichi cativo, e enfiou no pescoço de Shellmon o chifre que se projetava do capacete que ele usava em metade de seu rosto.
– Shuuuuuuuu! – os gritos de Shellmon dessa vez não eram de triunfo perverso, mas gritos de dor. Enquanto Shellmon se contorcia, Greymon salvou Taichi do aperto de Shellmon.
– O-Obrigado! – Tacihi disse a Greymon.
Greymon rosnou em voz baixa e encarou Shellmon, queimando o amontoado de tentáculos em sua cabeça, que amedrontaram Taichi, com uma bola de fogo à queima-roupa.
– Shuuuuuuuu!
Um fedor nauseante surgiu dos tentáculos fumegantes e Taichi , reflexivamente, cobruiu a boca e o nariz. Antes que Greymon tentasse expelir mais fogo, Shellmon fugiu velozmente apesar de seu tamanho, para o mar. Ele desapareceu na segurança das profundezas da água enquanto se enfurecia com ameaças inúteis de um perdedor.
– Yamato e os outros, que estavam assistindo à distância, puseram as mãos nos corações e suspiraram e alívio, quando Mimi viu algo acima dela e sussurrou: – O que foi aquilo?
Sora seguiu seu olhar. Um objeto preto que parecia um disco voador girando voava da esquerda para a direita enquanto se retirava da região litorânea.
– Ah, é um OVNI – Mimi disse, acenando para si mesma.
Mas Sora não achou isso. O objeto era redondo e pontudo. Para ela parecia mais como uma engrenagem.




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