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sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Digimon Seekers 2.7 - Hacker Leon: Voo 626 da WWW Airlines Parte 7



Leon Alexander é um estudante na Universidade de Engenharia Elétrica e de Computação de Tóquio. Ele é americano e tem a mesma idade que Eiji, 19 anos.

"Leo, já faz uma eternidade!"
"Sim! É bom ver você novamente, Eiji." Leon falava japonês fluentemente, o que ajudava muito.
"A última vez que nos vimos foi no ensino fundamental, certo?"
"Sim. Voltei para a América assim que entramos no ensino médio", disse Leon com um sorriso fácil.
"Ah, isso mesmo. Seu pai era professor na Universidade de Tóquio, certo?"
"Você tem uma boa memória!"
"E você realmente cresceu! Lembor que eu era maior que você quando éramos crianças".
Leon não era apenas mais alto. Ele era maior em todos os aspectos. Eiji imaginou que ele devia estar na academia ou praticando algum tipo de esporte.
"Olha, não há necessidade de conversarmos em pé. Então vamos entrar e procurar um lugar para sentar", disse Leon.
Eiji conseguiu um passe na recepção, passou pelo portão e foi até o café dentro do LDD com seu amigo.

A segurança do café era mais leve em relação ao resto do LDD e era, de longe, menos controlada do que a divisão D4. Eiji comprou uma bebida e sentou-se à mesa.
"Então, Leo... er, Leon, desculpe";
"Não, Leo está bem. Você foi o único que me chamou assim, acredite ou não", Leo disse rindo.
Eiji tentou lembrar de como era antes, mas suas memórias anteriores ao ensino fundamental eram uma névoa indistinta de formas e cores .

Ele observou enquanto Leon tirava algo, como se quisesse iniciar a conversa: um Digimon Dock tipo um chaveiro.

Era velho, provavelmente já ultrapassado por várias gerações, e ostentava uma tela LCD monocromática.
"Oh meu Deus, isso é um Dock! Achei que essa coisa fosse um videogame portátil!", Eiji gritou.
Leon criou Digimons nesta mesma Dock há cerca de sete ou oito anos.
"Eu também não sabia nada sobre o Mundo Digital naquela época. Eu estava particularmente focado em criar Digimons", Leon disse melancolicamente nostágilco.
Olhando atentamente para a parte traseira do dispositivo, Eiji percebeu que ele era fabricado pela Abadin Electrônica. Ainda funcionava, mas não havia nenhum Digimon nele.
"Uau, isso me leva de volta... Tantas memórias surgiram", disse Eiji, abrindo uma oportunidade para a dupla reconstituir suas infâncias.
Na época, Leon estava completamente absorvido em criar Digimon em um jogo portátil que 'não era vendido no mercado'. Então Leon fez um exame de admissão numa escola diferente  da de Eiji, e eles lentamente se separaram.
Pouco depois, Leon ouviu de seus pais que Leon estava voltando para a América. Tudo aconteceu de repente e tinha a ver com o trabalho do pai dele. A oferta em si era fantástica, mas...
"Se eu soubesse, não teria me incomodado com aqueles exames de admissão", disse Leon com certa exaustão.
"Entendo..."
Leon se sentiu sozinho na época, mas as amizades nessa fase da vida mudam por capricho; até mesmo mudar de classe foi suficiente para quebrá-los, quanot mais mudar de escola.
Mesmo agora, Eiji não se preocupou em manter contato com seus amigos do ensino médio. E era isso. Mas as vezes a vida tente a proporcionar reencontros casuais assim. As vidas se cruzam de novo.

Leon estendeu o braço, revelando um Digimon Linker semelhante a um smartwatch.
Um Digimon hololizado apareceu, com faíscas saindo de seu corpo.
Eiji tinha certeza de que ficaria chocado com a criatura fada se chegasse perto demais, apesar de saber que não passava de um vídeo.
"Este é Pulsemon", disse Leon.
"Sim! Este é o que você estava criando anos atrás", disse Eiji com entusiasmo.
A criatura não mudou nem um pouco desde o ensino fundamental.
Eiji também hololizou Loogamon de seu próprio Digimon Linker, o que foi permitido dentro do LDD.
Os dois Digimons crianças se entreolharam em silêncio do outro lado da mesa.
Eles não tiveram exatamente uma batalha prolongada entre si enquanto estavam no servidor da nação X, e ainda assim o ar estava tenso.
Loogamon estreitou os olhos e os manteve fixos no Pulsemon que balançava alegremente sobre a mesa.
(Fique tranquilo. Os dois estão hololizados; nada vai acontecer... )
Deixando os Digimons de lado, Eiji e Leon continuavam a conversa nostálgica atualizando um ao outro sobre suas vidas.


Embora eles nunca tenham rotulado um ao outro conscientemente como melhores amigos, se você perguntasse a eles na época, eles provavelmente teriam dito o nome um do outro em resposta.
Eiji ainda considerava demais Leon, suas memórias daquela época perfeitamente cristalizadas em sua mente. Leon sentia o mesmo... provavelmente.
Não que isso importasse; eles eram jovens demais para sair por aí presos em algum passado nostálgico imaginado, evocado de memórias distantes.

"Estou impressionado", disse Eiji, direcionando a conversa para assuntos mais sérios. "Você não demorou muito para encontrar minhas informações de contato".
Leon – ou Judge, o famoso hacker – foi quem enviou uma mensagem oferecendo um encontro.
"Você se mudou, não foi? Sua antiga casa não existe mais".
Leon estava certo, ele havia saído da casa de sua família. Ele não tinha se dado o trabalho de voltar desde então e não estava disposto a ir até lá para vê-la, mas ouviu dizer que seria demolida e substituída por um prédio de apartamentos.
Esse parecia ser o jeito das coisas hoje em dia.
"Ah, sim... estou, uh, morando sozinho atualmente".
"O mesmo."
Leon morava em um prédio de apartamentos no distrito de Denrin. Um apartamento de cinco metros quadrados.
"Você também?"
"Eu sou um hacker, então..."
Eiji se perguntou brevemente por que Leon não lhe enviou uma mensagem no GriMM apenas, mas havia uma tonelada de contas fictícias no servidor Canal FdC que devem ter tornado sua localização mais difícil.
"Sim, mas você não é apenas um hacker. Você está no Japão e ainda é estudante da Universidade de Tóquio".
 Eiji mencionou que às vezes ele vinha trabalhar no LDD quando Leon mandou uma mensagem, então eles concordaram em se encontrar.
"Estudar aqui tem sido meu objetivo desde que nos mudamos".
Na verdade, este foi o melhor lugar para quem quer aprender mais sobre Digimons ou o Mundo Digital. Era uma das universidades japonesas mais difíceis de entrar, e apenas alguns dos que eram aceitos conseguiram trabalhar com o Professor Ryusenji.
"O que me leva à segunda coisa surpreendente: você é um dos alunos do professor Ryusenji. Tenho trabalhado com ele também", disse Eiji, enfatizando com orgulho a última parte. Leon contou sua história ao excêntrico professor.

"Ele disse: 'Parece que você faria um ótimo trabalho criando-o com amor e carinho, então estou dando este Dock para você!' e me entregou", disse Leon, lembrando-se de como havia conseguido seu primeiro Dock.

"Então o professor Ryusenji deu a você aquele chaveiro... hein".
O mundo nunca pareceu menor ou mais denso com conexões significativas.
Eiji não pôde deixar de ficar impressionado com a história de como Leon se tornou um hacker contratado pelo LDD. Ele até acompanhou o professor Ryusenji em viagens ao exterior para diversas reuniões e conferências acadêmicas.
"Você é basicamente discípulo dele, então?" Eiji perguntou.
"Mais como seu assistente pessoal. Ele ainda opera tudo isso de forma independente e é solteiro; quando ele teria tempo para coisas como comprar passagens ou reservar um quarto de hotel?"
"Ufa, isso não parece ser o forte dele".
"Né?"
"Conheci o professor muito mais recentemente. Ainda posso contar nos dedos quantas vezes nos encontramos, vou colocar dessa forma".
"Eu não fazia ideia. Deve ter sido estranho receber uma oferta de emprego dele, visto que você é um cracker. Como se alguns fios tivessem se cruzado na rede".
"Sim, com certeza. Que mundo pequeno!" Eiji tomou um gole de sua bebida.
"Vejo que o seu Dock também é do modelo mais recente da Abadin", Leon olhou para o braço de Eiji enquanto pegava seu copo de papel.
"Sim, é muito legal! Vejo que você tem o mesmo em uma cor diferente".
"Sim."
"O professor me deu para um trabalho. Os Digimon também. Ah, e mantenha isso entre nós, certo? É algum tipo de trabalaho de teste e criação de Digimon".
"Eiji, esses Digimon Linkers são mais importantes do que você imagina", disse Leon, enrijecendo-se visivelmente.
"Oh sim?"
"São dispositivos altamente confidenciais da Abadin Electrônica. Achei que era o único, além da polícia, que tinha um. Devo dizer que estou um pouco irritado ao descobrir que não é esse o caso", disse ele, um pouco bruscamente para estar brincando. Eiji ficou em silêncio por um momento. As palavras de Leon doeram.
"Um pesquisador do Mundo Digital procurar pessoalmente um cracker para um trabalho não é a parte estranha. É mais raro do que contratar um hacker, mas não é inédito", continuou Leon.
"Sim, tipo, 'vá buscar esse Digimon raro para minha coleção', certo? Acho que foi um Modoki Betamon que peguei para ele", interveio Eiji.
“Heh, ele gosta de seu Betamon. Mas o que quero dizer é que ele deveria ter pedido a mim, seu verdadeiro aluno, para fazer esse trabalho, em vez de um cracker".
Eiji ficou sentado em um silêncio atordoado.
Leon estava... com ciúmes? Eiji se colocou no lugar de Leon. Ele definitivamente teve um relacionamento mais longo com o professor, que o apresentou pessoalmente ao mundo dos Digimons. Leon era um verdadeiro crente; um fã apaixonado do trabalho do Professor Ryusenji. Não que Eiji não fosse .

"Sim, e se realmente tivéssemos lutado lá atrás? Teríamos vencido!" Pulsemon acrescentou.
"O que você disse, sua faísca?!”
Eiji ainda estava processando as palavras um tanto contundentes que foram lançadas contra ele. Ele se encolheu com a voz estrondosa ao lado dele.

"É óbvio, cachorrinho. Eu posso ir até o nível Supremo, e você – Loogamon, certo? – estará muito ocupado mantendo o nível Adulto. O que é adorável, aliás".
"Ora, seu..." Os dois Digimons discutiram longamente sobre qual venceria se lutassem, que agora era sua própria batalha.
"Já chega, Loogamon. Nós entendemos, você costumava administrar um distrito inteiro, mas ainda não é páreo para um Digimon Supremo” Eiji sibilou.
"Então nada disso te incomoda?!" Loogamon rosnou, com o pelo em pé. Eiji tentou ligar os pontos em sua cabeça.
Se Leon e Pulsemon já conseguiam chegar até Kazuchimon, isso os colocaria entre os melhores em termos de hackers. Se Eiji era de nível A, eles seriam de nível S, ou mesmo S+.
"O mesmo vale para você, Pulsemon. Ouviu?" Leon disse.
"Não consigo evitar, Loogamon continua me antagonizando!", Pulsemon choramingou, agindo presunçosamente como se não tivesse feito nada de errado.
"Eu não ligo. Eiji e eu éramos amigos. Eu era fraco, mas ele me defendia".
Leon era uma criança pequena e muitas vezes calado nas aulas, o que curiosamente o fazia se destacar ainda mais. Eiji, no entanto, estava sempre ao lado dele.
"E daí? Ele é um desses 'amigos' de quem vocês humanos sempre falam? Não sei por onde começar com tudo isso. Pelo menos crie uma hierarquia! Você consegue entender isso, Loogamon?” Pulsemon perguntou com máxima condescendência.
"Não. O que mais poderia importar, além de quem é mais forte? Suponho que o sexo biológico deles tenha algum significado".
"Isso parece ajudá-los com o desenvolvimento da espécie humana. Tipo fazer mais deles", disse Pulsemon, expondo os pensamentos de Digimon sobre a humanidade.
"Eu sempre pensei que sua 'fraqueza', como você disse, era apenas você fazendo suas próprias coisas", Eiji finalmente disse, deixando os Digimons com suas brincadeiras.
"Sim."
"Eu nunca vi você chorar ou algo assim." Todo esse pensamento de 'fraco' não combinava com o Leon  que Eiji conhecia.
"Sim, acho que não", disse Leon, balançando a cabeça. "Acho que você é a única pessoa, além do meu pai, que realmente me entendia. É por isso que me apeguei a você".
"Oh?"
"Pulsemon, não se trata de quem é mais forte ou mais fraco. O que importa é que os fortes protejam os fracos".
"Sim! Ouça-o, Loogamon!”
"Você sabe que eu te desprezei esse tempo todo, não é?"
"Você tem?"

"AHHH. Que fofos!!!"

Um grito de alegria assustou os dois.
Hatsune, da recepção, foi até a mesa e trouxe uma amiga que não conseguiu conter sua excitação.
"Tudo bem, Hatsu?"
"Olá, Eiji. E olá, Leon. Vocês dois se conhecem? Ou o professor Ryusenji apresentou vocês dois?"
"Oh, Leon e eu..."
"Nós freqüentamos o ensino fundamental juntos", Leon disse, ambos concluindo o pensamento e interrompendo Eiji.
"Ah, uau! Então você estudou na América, Eiji?"
A surpresa em sua voz era palpável.
"Não, Leon estudou aqui no Japão".
"Ahhh, então é por isso que você é fluente em japonês, hein Leon?"
As peças estavam se encaixando para ela.
A amiga de Hatsune, entretanto, ficou totalmente paralisada por Pulsemon e Loogamon.
Ela foi contratada recentemente pelo LDD e conheceu Hatsune na escola, embora elas não estivessem na mesma classe. Seu cabelo semilongo estava preso em tranças muito complexas, e era claro que ela nunca tinha visto um Digimon hololizado antes.
"Bem, olá, linda senhora!" Pulsemon cantou, despreocupado com a atenção.
"Gostou do que está vendo?" Loogamon disse, não necessariamente descontente com a atenção.
"Pare com isso Loogamon, não a incomode", Eiji retrucou.
"Eh? O que deu em você, Eiji?”
"Olá! Você está interessado nos Digimons?", Eiji perguntou, apressadamente sendo gentil com Loogamon.
"Oh, quero dizer, eu não sei... Pode se dizer que sim..."
"Este é Eiji Nagasumi, um... empreiteiro que é amigo do Professor Ryusenji. E você já deve conhecer Leon? Ele é um hacker que trabalha para nós".
Hatsune interrompeu para evitar que as coisas saíssem muito dos trilhos e apresentou sua colega a Leon e Eiji.
"Uau, um hacker! Incrível!"
Os hackers do LDD eram conhecidos por estarem entre os melhores.
"Só pra constar, os dois também têm apenas 19 anos. Mais jovens do que nós, não que precisássemos de um lembrete", continuou Hatsune, tentando abreviar as coisas.
"Oh meu Deus, tão jovens e bonitos!”
"Ok, não vamos assediar ninguém!"
Hatsune tentou desesperadamente afastar sua amiga, que agora obviamente estava olhando na direção de Leon sempre que podia. E ele estava ciente disso. Jpa há algum tempo, na verdade. Os Digimons tinha sido claramente apenas uma desculpa para vir conversar.

"...Tais danos graves são resultado direto de um ataque cibernético perpetuado por crackers criminosos, e é provável que ataquemos com uma fúria como nunca antes vista".

Um grande monitor estava pendurado no teto do café, e as notícias representavam a resposta do ditador da nação X ao ataque cibernético. Todos se viraram para assistir.
"Ugh, outro ataque de crackers", disse a amiga de Hatsune com desgosto.

Mesmo sendo funcionária do LDD, ela não tinha muitos motivos para pensar no Mundo Digital ou na verdade por trás dos crimes com Digimons. Claro, ela já tinha visto um ou dois Digimons hololizados, mas não estava necessariamente mais bem informada do que alguém na rua – e não precisava estar. O ataque ao servidor, a luta do ditador para impedir os Filhos do Caos de tomar o Digimon secreto da nação, Mugendramon, a interrupção do hacker que atende pelo nome de Judge? Tudo isso era confidencial do D4, obviamente.




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