14 junho 2025

Digimon Adventure - Capítulo 4.2: O Parque de Diversões do Adeus



A delicada superfície da água com apenas um pouco de umidade ao redor dela refletia o azul do céus, a brancura das nuvens, o verde das árvores e até os fortes raios do sol com brilho. Tinha sua beleza própria, mas, por outro lado, também aparentava algo frio e distante.
De repente
Splash!
Uma única pedra pequena foi arremessada no lago.
Mas foi com tão pouca força que o o impacto na água soava como se estivesse se desculpando. Apenas os anéis que se formavam onde a rocha atingiu se expandiam calorosamente.
– ...
Takeru Takaishi se sentou no final do cais onde os pedalinhos estavam amarrados, suas pernas balançando acima da água. Ele olhou para as ondulações que sua rocha causara, mas sem realmente prestar atenção. Atrás dele, Tokomon gritava "Takeru!"
– Tenho certeza que Pico Devimon vai encontrar Yamato em breve. Não se preocupe tanto – ele sorriu.
Não havia segundas intenções em seu sorriso. Ele genuinamente acreditava de todo coração no que dizia. Mas no estado atual, Takeru deve ter pensado que o encorajamento era falso, porque ele murmurou em reprovação: – Eu não acho que ele vai.
Tokomon virou a cabeça, olhando sem expressão para seu amigo. Essa tinha que ser a última coisa que Takeru queria, então por que ele diria tal coisa: Não tinha como o pequeno Tokomon ter ouvido errado.
Foi quando o som de asas batendo foram ouvidas se aproximando.
– Desculpe deixa vocês esperando – veio a voz de Pico Devimon, um pequeno Digion parecido com um morcego que eles tinham conhecido no dia anterior.
Takeru se levantou apressadamente e perguntou: – COmo foi? Você achou o meu irmão?
Pico Devimon aterrissou em cima de um pedalinho e baixou as asas. – Sim, achei. Ele estava com os outros.
– Os... outros...? – Takery perguntou, parecendo surpreso.
– Deixa eu ver, quais eram os nomes deles mesmo...? Um se chamava Jou e os outros eram Sora... eu esqueci os nomes dos outros, mas estavam todos lá.
 Hesitantemente, Takeru perguntou: – O que... O que eles eatavam fazendo?
– Brincando. Eles me chamaram pra brincar também, mas eu acabei com o clima dizendo que Takeru estava esperando há um tempão.
– E? O que meu irmão disse? Você contou pra ele que eu estava esperando ele, certo? O que ele disse?
Pico Devimon olhou com pena para ele. – "Oh, ok". E foi isso.
– Não tem como... – Takeru esta atordoado e de queixo caído.
– Você está mentindo!
Incapaz de aguentar a cena, Tokomon gritou com Pico Devimon, mostrando os dentos pontudos em sua boca. Dentes que ninguém esperava ver dada sua aparência doce. – Yamato nunca diria isso. Não minta!
Pico Devimon olhou de volta para ele, calmo e sereno: – Eu não ligo se você pensa assim ou não, mas ele realmente disse isso. E isso não é tudo. Ele até falou "Eu odeio o Takeru".
– Me odeia... – Takeru repetiu confuso. Grandes lágrimas se formavam em seus olhos e parecia que elas poderiam cair a qualquer momento.
E pra mandar o golpe final, Pico Devimon continuou: – Então eu perguntei "por que?" e Yamato disse "Porque ele é um bebê chorão".
– ... Uuuh...
Como uma chama se acendendo, Takeru começou a se lamentar. Ele estava tão chocado pelo que ouvira que ele até esqueceu de levantar as mão até os olhos. Parado ali e levantando a cabeça para o céu, ele chorou até que suas lágrimas se esgotassem.
– Tokomon gritou para ele angustiado: – Takeru, Takeru – mas Takeru não parecia ouvi-lo.
– Takeru!
Quando Takeru finalmente respondeu à voz de Tokomon e virou para ele, ele tinha um olhar levemnte frio em seus olhos. Tokomon nunca tinha visto esse olhar nele antes.
– Yamato nunca diria isso! – Tokomon implorou novamente.
– Oh – Takeru disse sarcasticamente. Os cantos de sua boca torcidos em zombaria. – Mas não importa. Eu sempre odiei o meu irmão também.
– O que... Do que você está falando, Takeru? – Tokomon perguntou surpreso. O que Takeru dizia só podia ser uma mentira. Mas por que ele mentiria assim?
E então, ele viu Pico Devimon atrás de Takeru sufocando uma risada. Quando ele viu que Tokomon tinha visto, Pico Devimon pôs a língua pra fora
É culpa dele, Tokomon pensou. Eu não sei por que ele está fazendo isso, mas Pico Devimon está mentindo.
– Uuuhh! – Tokomon cuspiu bolhas de sua boca, mirando em Pico Devimon. Ele devia ter sido capaz de evitar o ataque, mas Pico devimon deixou que as bolhas o acertassem e gritou "Ai, ai, ai, ai, ai" exagerando a dor. – Me ajude, Takeru!
– O que você acha que está fazendo, Tokomon? –Takeru gritou com raiva. – Peça desculpas a Pico Devimon.
Atrás de Takeru, Pico Devimon balançando o traseiro para Tokomon e dando tapinhas.
– Não – Tokomon disse diretamente, virando a cara.
– Tokomon!
Batendo as asas, Pico Devimon se colocou no meio da dupla. – Takeru, não culpe Tokomon. Tenho certeza que ele só está sentindo ciúmes de como você e eu nos damos bem juntos. – ele virou a cara para Tokomon dizendo – Certo?
Enquanto a pergunta foi feita de forma amigável, havia uma zombaria espalhada no rosto do Digimon.
– Não!
Tokomon se lançou contra Pico Devimon para agarrá-lo com os dentes. Mas Takeru gritou:
– Pare, Tokomon!
Ele agarrou Tokomon firmemente nos braços: – Eu não sabia que você era um Digimon tão violento! – ele disse com desaprovação na voz.
– Mas Pico Devimon estava...
– Não dê desculpas.
– Não é uma desculpa...
Tokomon tentou se fazer ouvido, mas Takeru parecia pensar que ele sí estava sendo teimoso, porque lhe deu um olhar ameaçador.
– Cala a boca!
O tom perverso fez Tokomon fechar a boca instantaneamente.
– Por favor, me escuta... – ele falou, tentando novamente, mas Takeru já tinha cansado.
– Não. Eu já entendi que tipo de pessoas você é agora.
E agarrando o Digivice que ele sempre carregava na alça da mochila, Takeru se afastou como se fosse jogá-lo no lago.
Mas então pareceu que ele tinha pensado que era algo muito drástico de se fazer, porque ele mudou a direção e jogou o Digivice em direção à costas lammacenta.
– Ah!
Em pânico, Tokomon correu para pegar o aparleho. O Digivice tinha aterrissado virado para cima, seus botões enterrados na lama.
– O que você está fazendo? – Tokomon gritou para Takeru, seus olhos pretos se enchendo de lágrimas.
Takeru não afastou o olhar dele.
– Se você não pedir desculpas ao Pico Devimon, então nós não somos mais amigos – ele disse diretamente. – Significa que eu não preciso mais disso. – Seus olhos tinham a firmeza de alguém que pretendia defender o que acreditava.
E se virando apra a direita, ele disse a seu novo parceiro Pico Devimon: – Vamos.
– Tá bem, Takeru.
Pico Devimon sentou alegremente no chapéu verde de Takeru. O assento que uma vez fora reservado apenas para Tokomon.



Carregando o Digivice na boca, Tokomon vagou sem rumo,caminhando ao longo da costa do lago.
Como isso foi acontecer? Ele estava completamente perdido quanto a o que fazer.

Talvez nada disso teria acontecido se ele tivesse se desculpado e dito "Sinto muito" para Pico Devimon, mesmo que ele não quisesse. Mas ele não tinha sido capaz de fazer isso.

De qualquer modo, ele tinha que encontrar yamato. Mesmo se Takeru não o escutasse, com certeza ele ouviria Yamato.
Mas para onde onde Yamato, e Gabumon, foi?

Sem a menor ideia de para onde ir, tudo que ele podia fazer era continuar andando.
O interior de sua cabeça estava em branco com a febre e sua visão estava borrada. Ontem ele continuou andando mesmo se encharcando com a chuva.
Andando com os pés instáveis, Tokomon colapsou sem aviso.
Ele só estava meio ciente de sua condição. Ele estava acordado agora ou sonhando?
Em seu estado, ele continiou repetindo delirante: – Yamato... Yamato...
E foi quando aconteceu.
– Você vai encontrar Yamato num restaurante um pouco mais à frente. Ele está com o Jou.
Era uma voz familiar.
Levantando as pálpebras pesadas e apertando so olhos além da névoa branca de sua visão, ele viu os rostos de Sora e Piyomon olhando preocupadas para ele.

Eu estou sonhando?, Tokomon pensou.
Ele tinha tido a exata mesma visão não muito tempo atrás.
Depois que Taichi e Metal Greymon despareceram, algum tempo tinha se passado. Por duas semanas, ele procuraram no deserto com Piccolemon atrás de pistas que levassem a Taichi e Metal Greymon, sem sucesso.
Então, um dia, um som similar a um trovão rompeu do sul e os céus brilhantes do sul imediatamente se tornaram pretos como a noite, sem aviso.
Como pareciam nuvens negras, Jou sussurrou preocupado: – Isso não foi uma explosão nuclear, foi...?
– É o Canhão Infinito, pi – Piccolomon sussurrou, quase que para si mesmo.
– O que é o Canhão Infinito? – Gomamon perguntou, mas Piccolomon disse sem responder.
–Terei que me separar de vocês aqui, pi. Alguma coisa está acontecendo, pi. Se vocês forem para o oeste, encontrarão um lago chamado Lago Temporário. Sugiro a vocês irem lá, pi.
E com essas últimas palavras, Piccolomon voou para o sul.

Foi com uma relutância dolorosa que o grupo fez como Piccolomon dissera, indo para o oeste.
Na última noite deles acampando no deserto, antes de chegarem ao Lago Temporário, Tokomon tinha certeza de ter sido acordado por alguém de seu sono profundo.
– Nhmmhhmm... Quem é?
Eram Sora e Piyomon. As duas olhavam para Tokomon de cima e disseram:
– Nós vamos procurar o Taichi. Avise os outros, tá bem?
E elas saíram de seu campo de visão, deixando todo mundo.

Tokmon achou que talvez ele estivesse vendo a continuação daquele sonho. Por isso ele perguntou "Estou sonhando?"
– S-Sim... – Sora assentiu com a cabeça, parecendo surpresa. Ela se virou para Piyomon, o rosto sério.
– Vá encontrar algumas ervas medicinais.
Enquanto esperavam Piyomon, Tokomon deixou sair as queixas que ele guardava dentro de si.
– Foi tudo tão difícil depois que você saiu, Sora. Primeiro Jou e Gomamon se foram, dizendo que iam procurar você.
– Sim, sim – Sora disse, desviando o olhar como se não quisesse ouvir aquilo.
– Então quando chegamos no lago,  Koushiroe Tentomon se foram.
Piyomon voltou com as ervas. Sora as pegou, esmagando-as num lenço até que o suco saísse, antes de cuidadosamente dobrá-lo e colocá-lo na cabeça de Tokomon.
Tokomon continuou falando, sem perceber.
– Depois disso, Yamato e Mimi brigaram e Mimi e Palmon foram pra Deus sabe onde. Então nós chegamos ao parque de diversões e Yamato e Gabumon saíram num pedalinho dizendo que iam olhar em volta. Takeru e eu esperamos Yamato voltar. Então aquele Pico devimon veio...

Sua visão borrou de novo quando novas lágrimas brotaram de seus olhos, se misturando com a febre.
Talvez ele estivesse ouvinod coisas, mas ele ouviu o som de pegadas e então tudo se aquietou.

Tokomon continuou falando pro nada.
– Aquele Pico Devimon, ele dise que encontraria Yamato para nós, mas quando ele voltou, tudo que ele disse foram mentiras sobre Yamato odiar o Takeru. Então Takeru agarrou o Digivice e...
Sua histórias se perdeu em pedaços confusos, e ele começou a soluçar quando lembrou o que tinha acontecido em seguida.
Fou quando ele ouviu uma voz que ele não ouvia a muito tempo.
– Taichi, é o Tokomon!
– Eu estava me perguntando a quem esse Digivice tava reagindo...
Os olhos de Tokomon piscaram e se abriram. ELe achou que estava falando com Sora e Piyomon, mas, em algum ponto de sua inconsciência, as duas tinham sumido e ambso Taichi e Koromon estavam no lugar delas.
Com certeza eu tô sonhando, Tokomon pensou.

– O que acha que eu deveria fazera gora? – ele perguntou. – Como eu faço o Takeru entender?
Taichi e Koromon se olharam. Então Taichi levantou a mão até a cabeça, coçando-a.
– Ei, se importa em me dizer o que está acontecendo desde o começo? Eu não tenho ideia do que tá havendo aqui...



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