domingo, 23 de abril de 2023

Digimon Seekers 1.10 - Eiji: Lobo na Avenida Nove Parte 10





O som sumira e  a visão era turva.
Ele sentia o Digimon Linker enrolado em seus braços, mas seus membros se foram.
Eiji perde a consciência.

Tontura.

Os canais semicirculares enlouqueceram.
O mundo estava caindo, virando de cabeça para baixo.
Afundando.
Afundando... De repente, memórias de sua infância reviveram em sua mente.
Verão.
Eu estava brincando no rio minha família. Sim, minha família e meu amigo estavam lá.
Meu melhor amigo no mundo.

―Leon!

O pai desse amigo, que estava preparando o churrasco, o chamou.

―Eiji!

Seu amigo gritou seu nome e saiu do rio.
Mas Eiji, sem saber, tinha entrado no rio em seu ponto mais profundo. Quando ele se virou, seus pés ficaram presos na areia do fundo do rio.

(...! Oh não!)

Dar um passo à frente foi um cair de penhasco invisível.
Achava que eu era um bom nadador, mas a correnteza de um rio era diferente de uma piscina.
Eu não podia chegar à superfície.
Eu está completamente debaixo d'água.
Naquela hora, eu tive um vislumbre de algo acima da água...

Outro mundo.

Parecia que debaixo daquele rio limpo e claro uma casa tinha sido escavada e parecia pertencer a algum monstro que poderia facilmente engolir uma criança.
Redemoinhos de bolhas de ar.
Ele foi engolido por inteiro.
E então todos os seus sentidos desapareceram.

Parece que tinha sido apenas um momento. Mas foi mesmo?

Havia algo macio e fofo para recebê-lo gentilmente quando Eiji recobrou a consciência.
Era uma sensação parecida com vestir um traje de mergulho e flutuar na água.
Logo, a luz se espalhou... e as bolhas formaram uma imagem.

Um novo mundo.
Não. O mundo que ele viu há muito tempo estava... moldado de uma nova maneira e atingiu a consciência de Eiji com um estímulo sem precedentes.

(...?!)

Era tão brilhante.
A luz era muito forte lá. E, no entanto, ele não conseguia fechar as pálpebras.
O que está acontecendo aqui?
Confusão. Ansiedade.
Ele não sabia o que estava vendo ou o que estava acontecendo.
A imagem parecia aumentar grosseiramente como um zoom digital, mas depois desaparecia como se ele estivesse olhando através de binóculos e de cabeça para baixo. Um ruído rastejava em torno da sua cabeça. Havia um farfalhar e um inseto estava se debatendo no seu ouvido.

E algo cheirava a animal...

(É cheiro de cachorro molhado na chuva, é isso mesmo. Parece um pesadelo...)

"Mas não é um sonho".




A voz era a única coisa que ele podia ouvir claramente.
(Hein? Quem é?)

CHOQUE!

Houve o som de algo sendo chutado e se virando, e então alguém veio correndo.

―Tyumon, Nível Criança, Tipo Fera, Vírus

Os dados foram exibidos no monitor virtual.
Foi um pequeno Digimon rato que apareceu, movendo-se como se fosse um velho desenho animado ocidental. O rato rosa estava segurando um pedaço de dados - de queijo - em ambas as mãos.
Onde estou?
Dentro de um prédio.
As paredes, teto e piso eram de concreto. Estava em construção? Ou foi abandonado?
Outro Digimon apareceu.

―Tyutyumon, Nìvel Criança, Tipo Fantoche, Vírus.​

Outro Digimon rato.
No entanto, esse não é um Fera, mas um Fantoche - um rato de pelúcia com um olhar ruim. Estava montado em outro Digimon parecido com se controlasse um robô.

―Damemon, Tipo Mutante, Nível Adulto, Vírus.

Tinha o corpo metálico e um bastão em forma de T, uma tonfa, daquelas usadas em artes marciais.
Se fosse para descrever em uma palavra, parecia...
(Uma chaleira com membros...? Não... Parece mais cocô!)
Eiji está confuso.
Se esta fosse a Digimonlândia fantasma, ele teria aplaudido alto.
No entanto, Eiji deixou de lado seu puro coração infantil, que poderia se divertir com a visão de um simples cocô, em uma cápsula do tempo de memórias.
Ele tentou observar calmamente o que estava acontecendo na frente de seus olhos.
Damemon era um Digimon em forma de cocô pilotado por Tyutyumon.

"Que corajoso de sua parte tentar roubar minha família."
"Não! Por favor, Tyutyumon, me ignore. Somos todos ratos".

Tyutyumon parecia assustador, enquanto Tyumon implora por sua vida com o queijo na mão.
Aparentemente Tyumon roubou a comida de Tyutyumon e tentou escapar.
"Eu não gosto de ser tratado como você, Tyumon. É nojento."
"Não é bom, não é bom."
Damemon ligou sua tonfa com um movimento brusco.
Só então, Tyumon percebe a presença deles.
"Olha aquele cachorro."
(Hein? Um... cachorro?)
Eiji não entendia do que ele estava falando.
E o que é isso afinal? O que estou sendo mostrado?
(Os Digimons... estão falando?)

 ……………………。

"Tá aí algo que não se vê todo dia... Esse território pertence à nossa família. Cantrolamos a Rua Seis, da Favela do Muro. Você deveria fugir com o rabo entre as pernas enquanto eu cuido desse Tyumon aqui. Porque se vocs ainda estiver por perto depois disso... "
"Um rato brigando com um lobo. Não me faça rir".
A voz que ele ouviu antes rosnou em seus ouvidos novamente.
Ele começou a andar para frente.
Não... Eiji não estava se movendo.
No entanto, o Tyumon estava se aproximando. Era como estar num carro que se movia sozinho. Seu corpo estava se movendo por conta própria.
"Acho que a partir de hoje, este é o meu território".
"...! Mostre a ele, Damemon! Revólver Vulcano!"

Bam-bam-bam-bam-bam!


O canhão embutido na tonfa de Damemon disparou.

As balas atingiram o chão e as paredes encharcadas. Tyumon correu para a direita e para a esquerda, tentando escapar.
(O quê?!)
Eiji de repente sentiu náuseas.
...
(Que fedor! Meu nariz está queimando!)
Era como gás venenoso.
As balas do Revólver Vulcano não eram fortes, mas vinham acompanhadas de um fedor horrível.
"Ahahaha! Este ataque deve ser uma tortura para um cão com um bom faro! Numa luta de Digimons é  assim que se explora as fraquezas do adversário!"
Tyutyumon era obcecado com estratégias.
"Não é bom, não é bom!"
"Devemos nos livrar desse vira-lata já, Damemon?! Termine com Ataque de Impu..."

Agghhh!

Algum tipo de energia girou em torno de Eiji.―(O que?!)Ignição! - uma chama brilhante. Era mais rápida do que Damemon podia se mover.

―Fogo Uivante!

Uma bola de fogo rasgou todo o andar do prédio.
Tudo foi consumido pela chama. Em um turbilhão de calor e choque, Damemon foi jogado para fora do prédio por uma janela.
(Tão quente!)
Eiji estava surpreso. Ele sentiu como se seu rosto tivesse sido queimado por uma fogueira.
"Um único ataque a Damemon, que só é conhecido por sua resistência...?"
Tyutyumon rolou para fora da cabine do Damemon e caiu no chão.
As chamas eram latentes.
Não havia nada para queimar e, no entanto, elas não se apagavam imediatamente.
"Que tipo de fogo é esse?! Não é um fogo comum!"
O Tyutyumon estava confuso.
Ele encarou o Digimon rato de pelúcia de cima.
"Ele vai comer...?"
Um cheiro horrível.
O rosto de Tyutyumon se contorceu e ele tremeu.
"Nessa interface antiga...! Isso é um Loogamon? Não, você é... O Lobo Demônio do Castelo dos Nove Lobos!"
(Loogamon...?)
Eiji estava surpreso.
Tyutyumon estava conversando com Loogamon.
Então Eiji...
"Nove lobos...? Ah, certo. Isso me lembra."
A voz murmurou no ouvido de Eiji.
"Então você voltou para a Favela do Muro, não é?!"
Por alguma razão, o tom de Tyumon parecia mais respeitoso de repente.
Essa conversa...
Como e de onde ele a estava ouvindo?

Eiji esta completamente perplexo.

​​​​"Você não parece muito bem... Deite-se".
Loogamon desviou o nariz.
Antes que o terrível lobo mudasse de ideia, ChuuChuumon tenta fugir dele.
Quanto a​​ ​Eiji...
Embora tenha ficado completamente perplexo com a conversa, ele recuperou a compostura e falou.
"Umm, Loogamon? Sou eu, Eiji, você pode me ouvir?! Loogamon...?"



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