08 novembro 2025

Digimon Adventure - Capítulo 5.1: O Coração Curioso



Koushiro Izumi, junto a seu parceiro Digimon Tentomon, deixou o lago e se dirigiu para as montanhas.
Como o rosto de Koushiro não mostrava nem um pingo de dúvida, Tentomon estava certo do que ele sabia o que estava fazendo. "É o Koushiro", ele pensou. "Ele deve ter uma razão muito profunda".
Mas quando nenhum desenvolvimento surgiu, um dia ele perguntou indiferentemente:
– Já não é hora de você me dizer o que é que tem pra encontrar nessa montanha?
Koushiro olhou para ele sem expressão: – Encontrar? Eu não sei.
Ele falou como se não tivesse sido ele quem sugeriu escalar a montanha, pra começo de conversa.
Tentomon entrou em pânico: – Não fui eu quem quis vir aqui!
– Eu sei. Mas eu me pergunto o que me fez decidir subir essa montanha...
Koushiro cruzou os braços, se perdendo em seus pensamentos por um momento. Então, apontando para as nuvens pesadas que cobriam a montanha, ele disse: – Sinto que tem algo por lá. A sensação é vaga, mas acredito que as respostas para o motivo de eu ter sido chamdo ao Digimundo o e que o Digimundo é podem ser achadas lá...
Era um argumento evasivo, bem incomum para Koushiro.
– Nesse caso...
Como que pra mudar de assunto, Koushiro apontou a mão em direção aos arredores e perguntou a Tentomon: – O que você acha olhando isso tudo?
A superfície do longo e estreito Lago Temporário refletia friamente o sol e o céu azul. A visão panorâmica de uma floresta verde o circundava. Aqui e ali, a floresta era pontilhada de edifícios. Alguns deles aparecendo em pequenos aglomerados como vilas. Era uma visão que só se podia ter do topo da montanha.
Para Tentomon, era uma paisagem com a qual ele estava familiarizado, já que ele podia voar. Koushiro, porém, não compartilhava dessa habilidade e falava com admiração em sua voz.
– Ver isso traz à tona o quão pequenos nós somos.

Embora o ar fosse fresco nas montanhas, também era rarefeito, então a respiração de Koushiro naturalmente começou a ficar mais pesada quanto mais eles subiam. Tentomon continuou sugerindo que eles descessem, mas Koushiro recusou com teimosia. Seu desejo irresistível de ver o que estava atrás das nuvens em volta do pico da montanha não passou despercebido por Tentomon.
– Tá bem, faça do seu jeito – Tentomon disse, cedendo. – Sua mente é sempre tão curiosa. Eu vou deixar você fazer o que quer.
Mas não importava o quanto continuassem escalando, eles não conseguiam alcançar o topo.
Quanto mais eles subiam, mas parecia para Tentomon que a distância para o topo aumentava mais e mais.
– Acho que seria mais fácil se eu digivolvesse pra Kabuterimon e voasse com você até lá, não acha? – ele sugeriu, ficando mais impaciente. Mas Koushiro balançou a cabeça.
– Não podemos fazer isso. Seguir passo a passo é o que dá sentido a escalar uma montanha – ele disse, dando sermão em Tentomon. Tentomon cedeu e continuou marchando pela montanha.
Quantos dias tinham se passado desde que eles deram o primeiro passo na montanha?
Ao longo da encosta, eles se depararam com uma cabana em ruínas na montanha que era ligeiramente torta.
– Vamos fazer uma pausa aqui – Kpushiro disse.
Quando eles entraram, encontraram um único Digimon. Ele parecia meio que um Digimon polvo ou uma planta com um cérebro gigante, e se chamava Vademon. Ele disse que era o senhorio, mais ou menos, daquela cabana e vivia lá há muito tempo.
– O quão longe nós estamos do topo? – Koushiro perguntou, ao que Vademon respondeu:
– O que faz você acreditar que essa montanha tem um topo?
–Humm... É que é natural que uma montanha tenha um topo – Koushiro respondeu.
Vademon lentamente balançou a cabeça.
– É a sua primeira vez escalanod essa montanha, não é? E ainda assim você chega a conclusão de que essa montanha é igual às outras. Você faz uso do seu conhecimento atual, limitado apenas no que você sabe até agora, e conclui que essa montanha provavelmente não é diferente. Estou correto?
– B-Bem, sim, mas... – Koushiro assentiu com a cabeça, confuso. – Então ela é diferente?
– Eu não sei responder a isso. Não devemos falar do que nós não sabemos – Vademon respondeu evasivamente.
Aquela montanha, ele os informou, era chamada de "Montanha do Raciocínio Analógico". Embora todos fossem livres para raciocinar o quanot quisesse na montanha, ela nunca os daria uma resposta. Esse era o tipo de montanha que ela era.

Encontrar Vademon foi um choque de cultura pra Koushiro.
Com a voz abafada, ele disse a Tentomon:
– Esse tempo todo, eu pensava que charadas existiam para serem resolvidas. Não importava o quão difícil a charada fosse, eu encontraria a resposta se continuasse juntando conhecimento sobre ela. Mas quanot mais conhecimento eu juntava, mais o número de charadas aumentava. E quando eu acho que resolvi uma, outra charada aparece. Não tem fim. Mas eu me pergunto o que me impulsiona a resolver essas charadas em primeiro lugar. Eu costumava pensar que era porque resolver coisas me excita... que eu não me canso da satisfação de resolvê-las. Mas agora, eu não acho que seja isso. Pode ser porque eu só estou preocuapdo. Preocupado em deixar as coisas sem solução.
O menino parecia aflito que Tentomon disse honestamente a ele como se sentia: – Você não tem que pensar sobre isso tão profundamente...
Mesmo antes dele terminar, os olhos de Koushiro brilharam.
– Oh, então você acha isso também, Tentomon? Isso era exatamente o que eu estava pensando, na verdade. Não há limites para o conhecimento, e provavelmente é impossível para mim aprender tudo que existe no meu tempo de vida. Se eu quiser me livrar da preocupação, eu não deveria falar ou pensar nisso.
No dias seguinte, Koushiro discutiu isso com Vademon. Vademon animadamente disse que ele ficaria feliz em ajudar Koushiro a ganahr paz de espírito.
Koushiro foi levado ao "Quarto do Universo Misterioso". Não tinha teto, paredes ou piso o contendo, só um estranho espaço no meio do ar que se extendia indefinidamente. Com o diâmetro de 2 ou 3 metros, o quarto era bem pequeno, mas ainda assim continha o sol e os planetas, mesmo cinturões de asteroides.
Primeiro, Vademon fez Koushiro se sentar na postura de meditação Zen em cima de um planeta azul que parecia a Terra, então falou:
– A fonte das suas preocupações vem do coração curioso dentro de você. Através de treinamento, você será capaz de extraí-lo do seu corpo. Para começar, você deve descartar suas palavras. Palavras fazem você ter pensamentos desnecessários. COmeçando hoje, livre-se das suas letras uma a uma. Para o seu primeiro dia, você vai trabalhar com o N.
– Entendi.
E então, Koushiro se desfez do N.



–Te tomo , você deveria trei ar comigo. Por que você  ão trei a?
Koushiro exibia os resultados de seu treinamento a Tentomon, que estava assistindo ao lado dele.
Tentomon tentou por si mesmo.
– E tão tá, Koushiro – mas logo depois eles disse. – Não, isso não é pra mim. Não parece certo falar assim. É meio nojento.
– E te do.  a verdade, é uma pe a.

No segundo dia, Koushiro se desfez do M.
– Você pode  ão e te der  uito be , Te to o as eu si to co o se u  peso e or e tivesse su ido dos  eus o bros.
– Entendi. Isso é bom.
Tentomon sorriu encorajadoramente.

Mas no sétimo dia, Koushiro tinha largado o T e o O também.
Tentomon se sentiu triste que ele tinha sido reduzido a nada além de um E.

Por volta do oitavo dia, Koushiro tinha se desfeito do E. Tentomon não tinha mais um nome.
Embora ele gostasse do que quer que foizesse Koushiro feliz, Tentomon se sentia desconfortável com a coisa toda.
Claro, o rosto de Kpushiro ficou mais sereno com o passar dos dias, mas seus olhos... Seus olhos estavam tão vzios. Não dava mais para ver aquela faísca brilhante que eles tinham antes, como na fábrica de Andromon, quando Koushiro estava digitando coisas em seu laptop com um entusiasmo absorto, ou dentro do poço vazio no deserto.
Antes de conhecer Koushiro, Tentomon achou que pensar era um incômodo. Mas conhecer Koushiro o fez sentir que pensar não era tão ruim afinal.
E isso fazia tudo doer ainda mais.
Ele sentia como se Koushiro não fosse mais Koushiro.
A tristeza de Tentomon o fez regredir para Motimon, e então regredir ainda mais para Babumon, uma bola de gosma com uma chupeta na boca.

No 71º dia, Koushito tinha se livrado de todo o alfabeto japonês.
Nesse momento, Babumon viu algo branco e redondo parecido com uma cobra comendo a própria cauda saindo lentamente do peito de Koushiro.
Alerta, Babumon observou aquilo viajar pelo ar onde Vademon, que tinha aparecido ali perto em algum momento, o sugou com sua arma aspiradora.
Vademon colocou aquilo dentro de uma jarra e disse: – Esse é o coração curioso. Eu vou cuidar bem dele.
Ele rapidamente deixou o Quarto do Uniservo Misterioso.
Koushiro deu um sorriso quieto e gentil, como se estivesse satisfeito por finalmente alcançar o nirvana.
– Babu, babu...
Como Koushiro, Babumon não conseguia dizer palavras. Isso porque, sendo um nívle Bebê, suas cordas vocais ainda não tinha se desenvolvido.
Mas embora não pudesse dar voz a seus pensamentos, seus olhos lacrimosos os expressavam.
Koushiro, é isso que você quer?
Os apelos não ditos de Babumon abriram caminho pela consciência de Koushiro. Koushiro não se perguntou como ele os entendia. Ele tinha perdido seu coração curioso.
Mas ver seu próprio rosto refletido nas grndes bolhas de lágrimas se formando, mas não caindo, dos olhos de Babumon, Koushiro pensou distraidamente em si mesmo. Que cara vazia.
Incansavelmente, Babumon continuou vocalizando apra ele: – Babu, babu!
Koushiro sentiu que ele devia ao menos dar a ela uma resposta, mas como ele tinha perdido as palavras, ele não podia falar.
Como se ele sentisse isso, os olhos de Babumon dirigiram Koushiro para o laptop que ele sempre carregava na mochila. Quando Koushiro pôs o computador no colo, ele digitou no teclado.
>Sinto muito por fazer você regredir.
Ele não sabia se Babumon conseguia ler ou não. Mas, como se seus sentimentos o tivessem alcançado, Babumon saltou animadamente bem ali, falando feliz: – Babu, babu, babu!
>Como eu não tenho mais meu coração curiso, eu não tenho muita certeza... mas sinto que fui enganado.
– Babu, babu! – Babumon concordou, acenando com a cabeça.
>Babumon, você me ajuda a recuperar meu coração curiso?
Babumon só conseguia dizer "babu, babu", mas, aos ovidos de Koushiro, dava para o meino ouvir o tom nostálgico do dialeto de Kansai na voz de Tentomon dizendo: – Claro que sim, Koushiro!



Koushiro e Babumon saíram do quarto de treinamento no dia 71.
Eles ouvirama voz de alguém vindo de dentro de uma sala rotulada com a placa "Escritório do Senhorio".
– Isso é muito caro. Não dá pra me dar um preço melhor?
Vademon falou:
– Não mesmo. Acabei de adquirir esse coração curiso, então ainda está bem fresco. Não vou baixar o valor.
Ele falou com a voz afiada de um homem de negócios, muito diferente de como ele falava quando estava fingindo ser um guru.
Sem seu coração curioso, Koushiro não estava preocupado sobre com quem Vadmeon estava falando, mas ele sabia que o coração do qual eles estavam falando era o dele
Eu tenho que pegar de volta, Kouhsiro pensou, e abriu a porta.
A sala parecia meio como um salão barato num faroeste, e meio uma sala de espécimes.
De pé atrás do balcão, com as costas viradas para as estantes cheias de corações engarrafados, Vademon estava no meio de uma negociação com um cliente Digimon.
Vademon olhou para Koushiro e disse: – O que você quer?
Como Koushiro não podia falar, ele mostrou com ações. Determinado, ele andou até a sala e agarrou a jarra que continha seu coração curioso na frente do cliente.
Segurando-o gentilmente junto ao peito, ele se desculpou em sua mente. Me desculpa por te jogar fora, meu coração curioso... E abriu a tampa.
O coração curiso retornou para onde pertencia, dentro de Koushiro. AO memso tempo, o poder de falar retornou a ele.
– Foi errado da minha aprte jogar fora meu coração curiso. Não querer saber quem eu sou. Eu quero saber de tudo. Esse sou eu.
– Babuu!
De seu lugar nos ombros de Koushiro, Babumon soprou bolhas em concordância.
– Ei, o que está acontecendo? – O cliente Digimon perguntou a Vadmeon.
– Não tá vendo? Ele está roubando.
Vademon agarrou o que parecia uma arma de brinquedo com uma antena parabólica presa na frente. 
Ele mirou a ponta para Kousiro. – Devolva.
– Não – Koushiro disse plenamente.
– Então eu vou te amtar e tirar ele dos seus restos mortais.
Vademon apertou o gatilho e anéis de luz dispararam da arma.
– Corre"
Ambos Koushiro e Babumon corrram em disparada da sala e fugiram para o Quarto do Universo Misterioso.



Pew, pew, pew, pew, pew...
Enquanto Koushiro nadava pelo espaço aéreo de gravidade zero, Vademon seguia atrás dele com movimento em ziguezague de um OVNI, atirando nele a cada chance.
Pew, pew, pew, pew, pew...
Os anéis de luz eram aind amais poderosos do que pareciam. As estrelas que levavam um tiro direto explodiam em migalhas.
– Como nós derrotamos Vademon?
Com seu coração curioso de volta a onde pertencia, não demorou muito para ele voltar a funcionar dentro de Koushiro.
Se acalmando, ele analizou a situação.
Seu parceiro Digimon, Tentomon, estava atualmente na forma d eBabumon, que não tinha muito poder de luta. Ele teria que digivolver. Mas como? O que era a evolução afinal? O que era um Digimon? O que eram as Crianças Escolhidas?
– Eu quero saber. Eu quero saber! Eu quero saber! – Koushiro gritou.
Uma estrela acima de sua cabeça brilhou.
A estrela mudou em uma forma que Koushiro tinha visto uma vez antes, como um cometa na mão de Koushiro.
Era um Brasão.
– Eu tenho emu próprio brasão!
A excitaçãod e Koushiro podia ser sentida através de seu Digivice. O medidor disparou e Babumon digivolveu para Motimon, então para Tentomon, e para Kabuterimon.
– Como você conseguiu digivolver tantos estágios de uma só vez?
Como que o guiando, o coração curioso de Koushiro pensou numa resposta.
– Entendi. O tamanho desse universe é bastante reduzido, o que significa que o tempo aqui também é encurtado.
No lugar de um sino indicanod que ele estava certo, o Brasão o parabenizou com raios de luz.
– Kabuterimon super digivolve para Atlur Kabuterimon!
Kabuterimon mudou de forma para um besouro-rinoceronte vermelho brilahnte de aparência nobre, Atlur Kabuterimon.
Se voltando apra Vadmeon que se aproximava, Atlur Kabuterimon o perfurou valentemente com seu chifre.
– Chifre Colossal!
– Ugyaaaaaah!
Vademon desapareceu em um jato de partículas.



Quando deixaram a cabana, eles se viram no topo da montanha.
– O que está havendo? – Motimon pergutnou a Koushiro, confuso. Como ele tinha usada toda a sua energia, ele regrediu mais uma vez.
– Acho que o topo da montanha coberto de nuvens era uma ilusão feita por Vademon – Koushiro respondeu com um sorriso radiante.
– COmo esperado do Koushiro. Você sabe tudo.
– Não realmente. Ainda é um mistério por que meu brasão estava lá, de todos o slugares. É muito conveniente pra ter sido uma coincidência! Talvez seja algo que ultrapassa o intelecto humano...
Ele foi interrompido por uma voz.
– Ei!
Eram Yamato e Takeru. Eles tinham escalado a montanha seguindo o sinal no Digivice.
– Vamos Motimon. Todo mundo está esperando a gente.
Então, Koushiro desceu a montanha e se reuniu com seus amigos.



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