sábado, 28 de outubro de 2023

Digimon Seekers 3.2 - Unidade 11: Desaparecidos em Combate Digital Parte 2



Fazemos o que fazemos para cumprir a lei e cumprir os nossos deveres profissionais.
Não tememos nada. Não abrigamos má vontade. Nossa consciência é nosso único guia.




Yulin Shuu, chefe da 11ª Unidade 11 de Investigação da Divisão de Cibercrimes do Departamento de Polícia Metropolitano - uma seção especial  departamento de segurança pública, coloquialmente conhecida como DigiPolícia por focar em crimes com Digimons - patrulhava a Rede sem lei dos céus, via Link Mental ao seu parceiro Digimon.

"Cerco Direcinado".

Seu Digimon de nível Perfeito semelhante a um dragão encontrou alguns crackers com Digimons nesta patrulha em particular, e eles agora estavam cercando os malfeitores com seus ataques poderosos e omnidirecionais qque aniquilavam os alvos.
O Digimon, por sua vez, lembrava os dragões do Sudeste Asiático. Sua pele negra e reptiliana contrastava com seus majestosos bigodes dourados e sua plumagem, que à primeira vista adquiriam uma qualidade artesanal, quase uma obra de arte..
Ele usava uma armadura apropriadamente semelhante a escamas e segurava duas joias enormes em cada conjunto de garras ferozes. Ryudamon, Digimon parceiro de Yulin, parecia totalmente maduro em sua forma Perfeita.

Hisyaryumon, Nível Perfeito, Tipo Dragão Fera, Vacina

"Crackers contidos", anunciou Yulin no chat do DigiPolice.
"Muito bem, líder do esquadrão. Você está tão afiada como sempre!" veio uma resposta quase instantânea.
"Poupe-me da lisonja e alerte a equipe de tratamento, Satsuki".
"Entendido!"
A vice-líder do esquadrão, Satsuki Tamahime, respondeu de maneira clássica e despreocupada, atingindo os crackers com mais um ataque de seu Numemon enquanto contatava os oficiais apropriados.

Foi um dia como qualquer outro num dos servidores governamentais da Internet, com todos os tipos de guerras cibernéticas comuns prontas para serem frustradas.

Agências governamentais eram hackeadas em todo o mundo, às vezes usando Digimons. No Japão, as medidas contra ataques cibernéticos com Digimons eram principalmente responsabilidade da DigiPolícia. Em grande parte graças à presença de Yulin no departamento.

O Departamento de Segurança Pública e o Ministério da Defesa ainda não tinham unidades anti-Digimon suficientes, o que significa que a unidade de Yulin era a linha de defesa de fato do Japão contra o crime com Digimons.


"O que nós temos, Hisyaryumon?"
Yulin perguntou, hololizando-se quando Hisyaryumon pousou perto de um dos Digimon contidos.
"Inimigos familiares. Digimon do tipo Ciborgue usados para coleta de dados. ALgo com o qual você já está acostumada", foi a resposta; uma análise de primeira linha dos Digimons apreendidos obtida nas varreduras de Hisyaryumon.
"Assim parece".
"Eles estavam atrás de segredos de estado. A julgar pela natureza de suas funções de backup e outras ferramentas, arrisco que devem pertencer a outro país. Talvez foram enviados por um adversário estrangeiro conhecido", continuou Hisyaryumon, extrapolando a partir da sua análise inicial.
Yueling confiou mais na análise de Hisyaryumon do que em qualquer suposto especialista na área.
"Um jogo de gato e rato".
"Parece que ainda há alguns em operação. O que me diz? Podemos levar um ou dois para casa como uma lembrancinha".
"Se o seu palpite sobre quem está por trás do ataque estiver correto, isso está acima do nosso nível salarial".
A intromissão da polícia japonesa em questões internacionais, que era melhor deixar para diplomatas e tribunais internacionais, era uma receita para o desastre.
Mesmo que estivessem errados, a lei atual proibia ataques preventivos em servidores de outras nações.
"Sim, de fato."
"Mas porque não? Não é provável que isso tenha alguma influência no que acontecerá com eles quando retornarem aos seus países de origem".
Yulin estava com um humor bastante brincalhão. Por que ela não deveria se envolver em uma vingança mesquinha?
"Como desejar", Hisyaryumon disse alegremente, e começou a trabalhar no Digimon contido.

Yueling voltou às suas próprias memórias ao ver a interface na testa de Hisyaryumon.
Certa vez, ela conheceu alguém que tinha um Digimon com a mesma tecnologia fixada na testa.
(Onde você está agora, Kosuke? O que você está fazendo com aquele seu Digimon?)




Nossa história começa bem antes de Eiji Nagasumi nascer.




Yuling Shuu ainda era uma estudante. A universidade que ela frequentou estava na vanguarda da pesquisa na Internet na época, o que significava investigar alguns dados misteriosos de IA que haviam acabado de ser descobertos.

Havia rumores de que outro mundo, diferente do nosso, existia na Rede, no qual programas desconhecidos de IA conduziam suas próprias vidas.
A sabedoria comum, claro, ditava que a humanidade tinha descoberto e desenvolvido a Internet, mas não era bem assim.
Depois de reunir mais dados surgiu outra hipótese: e se a Rede sempre tivesse existido?
E se a humanidade não tivesse descoberto a Internet em si, mas apenas um meio de acessá-la?
E se a vida inteligente que a humanidade há muito procurava no espaço já existisse como dados digitais, aqui mesmo na Terra?
Em um mundo digital.

Tomonori Ryusenji rapidamente emergiu como uma das figuras proeminentes na corrida para explorar e estudar esta nova fronteira, e ele convocou três de seus jovens estudiosos mais vibrantes para ajudá-lo em seu laboratório.




A conclusão do distrito de Denrin sinalizou o início de uma nova era para Tóquio, e em pouco tempo esqueletos de aço aguardando suas novas camadas de concreto surgiram também sobre o distrito próximo de Wangan.
Caminhões basculantes e maquinaria pesada trouxeram outros materiais para o distrito à medida que se iniciava a renovação sistemática da capital.
Yulin caminhou pelo campus de sua universidade, tentando imaginar um mundo em que todos os edifícios ao seu redor tivessem desaparecido.

Todo o campus seria fundido com o emergente Distrito de Denrin em apenas alguns anos, por mais difícil que fosse para ela imaginar isso naquela época. Ela não pôde deixar de se sentir um pouco estranha com todo o empreendimento. Seria uma transformação tão dramática.

O aparelho de ar condicionado dentro dos Laboratórios Ryusenji chacoalhava, circulando ar frio em uma luta eterna para neutralizar o calor que irradiava dos muitos servidores que zumbiam nas prateleiras de aço que dividiam a sala.
"Bom dia, Professor Ryusenji", disse Yueling, apesar de já ser tarde da noite. Era um costume fofo no laboratório, e ela não estava disposta a quebrá-lo.
"Bom dia, Yulin", respondeu o professor assistente sem tirar os olhos do monitor à sua frente.
"Tenho uma correspondência para você", disse Yueling, espalhando uma pilha de envelopes sobre sua mesa bagunçada.
"Mhm". Ryusenji grunhiu, como era seu estilo.
Yueling se perguntou há quanto tempo ele estava preso em uma competição de encarar seu monitor.
"Eu entreguei a correspondência, ok? Reconheça-me com suas palavras e olhos para que não acabemos brincando de 'Yulin Entregou a Correspondência?' de novo. Eu odeio esse jogo."
"Ahá! Aí está o bug. Quem escreveu esse código horrível?!"
"Provavelmente foi você?"
"Quê? Não, não poderia ter sido... Poderia?
Tudo o que ele precisava fazer era olhar o histórico de commits para encontrar sua resposta, e ainda assim.

"Minha proposta de estabelecer uma sala de servidores adequada ainda não foi aprovada? Está congelando aqui", Yulin reclamou enquanto pegava a jaqueta pendurada nas costas da cadeira e a vestia.
"Eles vão mudar todo o campus nos próximos anos. Isso tem sido motivo suficiente para recusar financiamento para projetos de todos os formatos e tamanhos. Ninguém quer investir em equipamentos, mesmo algo tão pequeno. Eles estão guardando todo o dinheiro que podem".
"E ainda assim eles estão nos perseguindo nos melhores momentos por usarmos muita eletricidade. Estou tentando ajudar!", Yulin zombou.
"Continuo dizendo a eles o quão importantes serão os próximos três anos", resmungou Ryusenji.
Ele fez muito disso ultimamente.
"Ouvi dizer que o investimento em nossa área está explodindo silenciosamente em todo o mundo. Tipo, exponencialmente".
"Nossa vantagem pode desaparecer da noite para o dia".
"O que os políticos farão se o mundo nos ultrapassar? Deveríamos chutar o balde e ir para o exterior agora? Aposto que você estaria em alta demanda".
"Espere só um minuto, Yulin. Você está propondo que darmos meia-volta e vendermos a joia da coroa de nossa nação por uma ninharia?", gritou uma voz através de uma das prateleiras de aço.
Ali, deitado em três cadeiras alinhadas entre as prateleiras, estava um homem.
"Não vi você aí, Kosuke", Yulin disse friamente para o veterano.
"Dormi no escritório de novo", disse ele com naturalidade.
A julgar pela barba não feita cada vez mais espessa em seu rosto e pelo fato de que ele estava com as mesmas roupas que ela o viu no dia anterior, Yulin suspeitou que 'de novo' era o código para 'não estive em casa há vários dias'.
Desleixado ou não, Kosuke Kisakata fazia parte da equipe dos Laboratórios Ryusenji.
"Pelo menos lave o rosto e escove os dentes. Você ao menos trouxe uma muda de roupa"
"Ah, sobre isso..."
Kosuke começou quando a porta do laboratório se abriu, revelando uma mulher pequena.

"Hora de comer, pessoal!"
Em plena atividade, ela empurrou de lado os itens da mesa de reuniões para abrir espaço para uma pilha de tigelas de carne para viagem.
"Ah, sim! Estou morrendo de fome".
"Aqui está sua muda de roupa, Kosuke", ela disse, jogando para ele um saco de papel.
"Saya... Você foi até a casa de Kosuke para comprar uma muda de roupa para ele?"
"Sim! Ah, e não se preocupe! Trouxe um pouco de comida para você também: tigela de porco, certo?", Saya sorriu, entregando a Yueling uma tigela para viagem.
"Obrigada... Er, aqui está algum dinheiro".
"Esqueça isso. É do papai... quero dizer, do professor. Veio com sopa de missô de porco também".
"Uau, sério? Uau, você não vê isso todos os dias", disse Yueling com grande surpresa ao olhar para o professor Ryusenji.





0 Comments
Disqus
Fb Comments

Nenhum comentário:

Postar um comentário