
Com Leomon na liderança, as crianças seguiram rumo à montanha. Yamato realmente queria deixar Takeru na vila, mas havia o perigo de que seu irmãozinho pudesse ser atacado se fosse deixado sozinho.
– Além disso – Leomon disse enquanto pensava em quando estava sendo controlado pela engrenagem negra. – Eu me lembro de persistentemente me mandarem matar a criança menor. Não tenho certeza do porquê disso.
Elas podiam ver uma estrutura não familiar no topo da Montanha Infinita. Era uma construção de pedra que parecia um templo grego.
Não tinha nada assim ali ontem.
Engrenagens negras voando pelo ar eram sugadas para a construção uma após a outra. Cada vez que isso acontecia, algo maligno crescia de lá. Mesmo as crianças podiam sentir isso.
Nuvens escuras se juntaram acima do templo antes que qualquer uma das crianças tomasse ciência delas.
Vinte metros acima, na beira da estrada de onde tinham começado a escalar o pé da montanha, as crianças levantaram as cabeças e viram algo brilhar de repente da construção branca, que contrastava profundamente contra as nuvens negras.
– Olhem! – Mimi gritou.
O prédio começou a desmoronar. Algo pareceu inchar de dentro dele até destruir o teto.
O que saiu inicialmente era um par de asas de morcego. Quando elas se abriram, o corpo ao qual elas estavam ligadas se ergueu.
Era Devimon. Mas seu tamanho...
– Por que, por que ele está tão grande? – Mimi chorou, o tom de sua voz já aumentando em um grito apavorado.
– Ele absorveu os poderes das trevas – Leomon rosnou. – Chegamos tarde!
– Devimon abriu as asas e as bateu uma vez, preguiçosamente. Ele girou no ar e começou a descer em frente a Taichi e os outros. As crianças puderam ver claramente quão grande ele era quando ele chegou mais perto. Devimon aterrissou no chão acima deles, sua altura se estendendo muito acima das árvores e suas costas se erguendo acima do grupo.
– N-não pode ser... – o grupo ficou sem falas.
Devimon se virou para encará-los, suas asas enormes gerando uma pressão de vento que empurrou as crianças para trás até elas se chocarem contra a superfície da montanha.
– Tolos. Esse lugar será o túmulo de vocês;
Devimon levantou uma de suas maos enormes para lançar um raio de trevas. Ele atingiu as crianças com tanta dor que ela não conseguiam se mexer. Nenhuma delas podiam mover um músculo.
Algo voou da floresta que se estendia atrás de Devimon. Eram os chifres de Ikkakumon. Os chifes disparados rapidamente largaram suas coberturas no meio do ar e os mísseis orgânicos dentro deles voaram até Devimon. A explosão continuou consecutivamente.
– Você conseguiu, Ikkakumon! – eles ouviram a voz de Jou gritando da floresta.
Devimon parou de irradiar trevas e se virou. Desa vez, bolas de fogo caíram do céu. Elas vinham das asas de Birdramon, Digimon de Sora.
– Pessoal! Digivolvam agora enquanto vocês ainda podem! – Sora veio correndo do caminho da montanha. Ela e Jou tinham sentido onde a batalha estava acontecendo e se apressaram, chegando bem a tempo.
– Tudo bem, vamos lá! – Agumon se levantou. O medidor do Digivice de Taichi subiu.
– Agumon digivolve para Greymon!
Gabumon, Tentomon e Palmon também digivolveram.
Todos atacaram simultaneamente. Fogo e eletricidade atingiram Devimon, e todos acharam que suas chances tinham melhorado. Mas seus ataques não tiveram efeito em Devimon devido ao seu tamanho colossal.
– Esperto da parte de vocês – Devimon disse com um balanço de seu braço. Todos os Digimons foram derrubados longe como se fossem insetos atingidos por um jornal enrolado.
– Sem chance! – Taichi gritou. As crianças encaravam a cena, estupefatas.
Devimon virou suas costas para elas de novo e se doboru sobre a floresta para agarrar Ikkakumon com a mão esticada. Ikkakumon foi lançado ao alto e atingiu Birdramon nos céus. Ambos caíram no chão sem a menor resistência.
Desembainhando a espada, Leomon saltou em direção às costas de Devimon para atacá-lo, quando, de repente, a metade superior do corpo de Orgemon apareceu diante dele.
– Eu serei seu oponente! – Orgemon zombou. Ele desceu seu tacape em direção a Leomon, que foi incapaz de mudar a postura no meio do ar para evitá-lo. O Digimon leão recebeu um golpe direto e foi lançado ao chão.
– Fui transformado em engrenagens negras e agora me tornei um com o Mestre Devimon! Eu não vou perder mais apra você! – Rindo alto de exaltação, Orgemon se retirou de volta para o corpo de Devimon.
Greymon e os outros não tinham desistido ainda. Se lançando com tudo centra Devimon, em seus pés, mãos e ombros, eles moreram com suas presas e o agarraram. Mas, para Devimon, eles eram do de meros brinquedos.
– Seus vermes inúteis!
Liberando trevas por todo o seu corpo, Greymon o os outros Digimons foram empurrados para longe. Quando caíram no chão, eles descobriram que não conseguiam mais se mover.
– Sito muito, Taichi – Greymon gemeu lamentando.
– Eu queria mandar a Mimi de volta para o mundo dela, mas... – Togemon disse, sua voz tremendo em lágrimas.
As crianças também não podiam se mover. Os frequentes raios de trevas que tinham atingido seus corpos as deixaram se sentindo fracas. Muitas delas desmaiaram, como se tivessem colapsado à inconsciência por um momento.
Elas viram Devimon lentamente estender a mão. Seus dedos iam na direção do garoto na retaguarda do grupo, Takeru.
– A menor criança. Com você morto, nada ficará no meu caminho – Devimon disse com um sorriso malicioso.
– Corra, Takeru! – Yamato gritou. Mas, assim como ele, Takeru não conseguia se mexer.
Um som de "pompth", "pompth" podia ser ouvido batendo contra a mão de Devimon. Patamon ainda estava ao lado de Takeru, usando seu golpe particular "Tiro de Ar". Inalando o ar em sua boca, ele o atirava incansavelmente em alta pressão.
Mas, claro, isso sozinho não pararia a aproximação da mão de Devimon.
– Isso não é bom o suficiente – Patamon sabia o quão fraco ele era. – Por que? Por que eu sou o único que não consegue digivolver?
Ele não podia parar as lágrimas que caíam em suas bochechas. Ainda assim, ele não desistiria de lançar seu Tiro de Ar.
– Eu tenho que proteger o Takeru, eu tenho, Takeru, Takeru...!
Ele já não conseguia continuar disparando Tiros de Ar. A mão de Devimon tinha cercado Takeru, se preparando para esmagar o garoto e matá-lo com seu aperto.
– TAKERU!
Patamon voou para a mão de Devimon, logo antes dela se fechar com força em volta deles.
Usando apenas uma mera quantidade de força, ambos Takeru e Patamon teriam sido pulverizados sem deixar rastros. Os cantos da boca de Devimon se levantaram, seu sorriso refletindo a confiança que ele sentia por ter vencido.
Mas algo começou a mudar dentro de sua mão.
Uma dor abrasadora atingiu a palma mão de Devimon tão de repente que ele, involuntariamente, abriu o punho. Uma luz inundou dali. Cego pela luz, Devimon recuou as mãos para proteger os olhos.
A luz se ergueu no ar acima da cabeça de Devimon e, à medida que ela diminuía, era possível ver a forma de um homem suspense no ar por seis asas esticadas.
Fez todos pensarem na pintura do anjo que estava na parede da mansão de Devimon.
Era a forma digivolvida de Patamon, Angemon. Seu capacete cobria os olhos, e as crianças só viam seus lábios se mexendo: – Seus poderes das trevas cresceram demais, Devimon. Você deve ser apagado desse mundo.
Angemon sabia o que ele tinha que fazer. Levando seu bastão dourado, um shakujo, acima da cabeça, ele gritou: – Venham a mim, oh poderes sagrados!
Os Digivices de Taichi, Yamato, e de todos os outros atiraram raios de luz. Essa luz se estendeu até chegar ao bastão de Angemon.
Luzes também saíram dos corpos imóveis dos Digimons no chão. Todas as luzes foram absorvidas pelo bastão. Greymon e os outros deram todo o seu poder a Angemon e retornaram às suas Formas Crianças.
– Se você fizer isso, será destruído também!
Devion tinha finalmente aberto os olhos e visto o que estava sendo feito. Angemon estava acumulando uma energia explosiva que poderia obliterar seu próprio corpo.
– Mas não há outro jeito – Angemon respondeu friamente.
Devimon estava assustado. Mesmo antes dessa evolução, ele sabia qe esse Digimon seria seu pior inimigo. Era por isso que ele tinha tentado acabar com tudo antes que ele Digimon tivesse a chance de digivolver.
Como se sentisse esse medo, Orgemon voou para fora do copo de Devimon diretamente para Angemon.
– Eu vou chutar o seu traseiro! – ele gritou.
Esticando a partie superior de seu corpo, ele brandiu seu tacape e olhou para Angmon como se fosse acertá-lo. Mas quando ele foi tocado pela luz do cajado de Angemon, Orgemon caiu no chão, como se tivesse sido atingido.
Os poderes das trevas não podiam nem tocar a luz sagradas. Orgemon foi lançadotão longe que voou através do corpo de Devimon e deixou um grande buraco vazio onde uma vez seu corpo esteve.
– Oh não!
Devimon tentou preencher o buraco para cobrí-lo, mas não teve a chance. Angemon concentrou todo o poder sagrado em seu corpo no punho direito e disparou um ataque naquele buraco.
– Mão do Destino!
A luz dourada rasgou o peito de Devimon e continuou a se expandir até que tudo visível em volta estivesse cheio de luz. O corpo de Devimon, que tinha sido feito de moléculas de trevas, começaram a se se dispersar de dentro para fora.
– Qual o ponto de exaurir todo o seu poder aqui, Angemon?
Metade do corpo de Devimon ja tinha se desintegrado, mas ele ainda falava enquanto desaparecia: – Há mais Digimons além do mar que possuem poderes malignos muito maiores que os meus! Vocês, crianças, estão condenadas!
Com uma última risada que ecoou ainda depois dele ter sumido, Devimon desapareceu.
O corpo de Angemon tambpem estava se desfazendo em partículas. ELe l=olhou para Takeru, que estava encarando lá de baixo, atordoado.
– Me desculpe, Takeru.
– Angemon... – Takeru só podia sussurrar.
– Tenho certeza de que iremos nos encontrar de novo – Angemon sorriu. – Isso é, se você quiser que seja assim.
Com essas últimas palavras, ele desapareceu em partículas brilhantes.
– ANGEMOOOOON! – Takeru gritou.
Depois de começar a viver separado do pai e do irmão, Takeru jurou para si mesmo que nunca queria se separar de mais ninguém de novo. Mas agora, ser forçado a se separar de Angemon... de Patamon assim, ele nunca... nunca...
Takeru era incapaz de entender o que ele estava pensando ou o sentindo, quando muitas penas brancas caíram gentilmente diante dele. Eram das asas de Angemon.
Quando elas se juntaram naquela pilha, se transformaram em uma forma redonda como um ovo.
– É um Digitama.
Em seu estado, Takeru não sabia dizer quem falou. Ele apenas sentiu vagamente seu irmão, Taichi, Agumon, Gamgumon e todo mundo o cercando.
– Patamon está começando de novo como um Digitama.
– Se você criá-lo com cuidado, vocês com certeza vão se ver de novo.
Gentilmente, Takeru abraçou o ovo em seus braços.
Foi só alguns segundos depois daquilo que um holograma misterioso apareceu na frente do grupo. Dentro do cilindro emanando luz nas cores do arco-íris um homem velho se erguia. Ele era o primeiro humano que as crianças tinham visto desde que chegaram àquela ilha.
– Finalmente eu consegui transpassar os poderes das trevas e contactar vocês! Voces devem ouvir com muito cuidado o que eu vou dizer agora, Crianças Escolhidas.
O velho se chamava Gennai.
O que ele isse não erma boas notícias. A missão das Crianças escolhidas não acabou com a derrota de Devimon. Ele disse que elas deveriam atravessar o oceano e viajar para o Continente Servidor, a fim de derrotar a fonte dos poderes do mal que se localizavam lá. Agumon e os outros Digimons precisavam digivolver para um ível mais alto. Para esse, as crianças deveriam procurar algo chamado Brasões.
Nesse ponto, estática começou a correr pelo holograma e interrompeu a transmissão. Quando as crianças chegaram mais perto, tudo que viram no chão era algo que parecia um projetor.
– Vamos atravessar o oceano!
Foi Takeru que falou primeiro. Ele não queria perder mais ninguém: Essa intenção estava escrita claramente em seu rosto.
O grupo estava hesitante com o que fzer, mas suas palavras firmaram a decisão deles. De qualquer forma, mesmo que elas tivessem ficado na ilha, não seriam capazes de voltar para casa.
Leomon e os outros Digimons que as crianças conheceram na ilha ajudaram a fazer uma jangada firme o bastante para cruzar as águas. Eles garantiram de que ela seria grande mais que o bastante para carregar todas as sete crianças e mais. Uma vez que tiveram certeza de tinhm comida o suficiente, as crianças partiram: Rumo ao Continente Servidor.
Na jangada, o Digitama que Takeru segurava nos braços rachou. O Digimon bebê que nasceu dele imediatamente gritou: – Takeru.
Nos quatro cantos do mundo, quatro conjuntos de luz e trevas entravam em conflito.
Aqueles do lado da Luz tinham grandes corpos como de feras, enquanto aqueles do lado das Trevas variavam. Havia um com a forma de um grande dragão, outro como um dinossauro mecânico, outro do tamanho de um homem adulto, e um outro pequeno como uma criança. Embora suas fromas fossem diferentes, todos eles eram Digimons.
As notícias de que as Crianças Escolhidas tinham deixado a Ilha Arquivo chegou ao Digimon das trevas que parecia um homem adulto. Ele gritou maldições.
– Aquele Devimon miserável falhou!
Ainda assim, ele não podia fazer seu movimento. Atualmente, ele precisava de toda a sua concentração para selar o Digimon da Luz que estava enrolado diante dele, sua forma dracônica brilhante presa enquanto se contorcia sem sucesso sob aquele poder.
Levaria algum tempo antes que seu selo estivesse completo.